domingo, 21 de agosto de 2016

Futebol: O Ouro de Tolo Olímpico

Futebol nas Olimpíadas é tipo uma "Copa São Paulo de luxo". É legal ganhar e tudo mais, mas não significa absolutamente NADA no mundo do "Futebol Real". Só vale mesmo pelo quadro de medalhas, o que indiretamente valoriza a conquista de outras modalidades.

Vejamos: quantas vezes o Brasil já foi campeão das competições de base sem nenhuma comoção? Em que medida elas diferem da conquista Olímpica? O que aconteceu com México campeão olímpico em 2012? O bicampeonato olímpico em 2004 e 2008 diminuíram de alguma forma a pressão que existe na  Seleção Argentina em relação ao seu jejum de títulos?

O nível técnico das equipes foi sofrível. Iraque, Dinamarca e África do Sul na primeira fase com todas suas limitações quase eliminaram a Seleção Brasileira. A Colômbia parecia um time de quinta categoria em uma dessas pré-Libertadores da vida. Mas nada mais sintomático do que a "poderosa" Honduras em uma semifinal para mostrar que não é possível levar a sério uma competição dessas.

O jogo do ouro ao menos teve verdadeiramente elementos de competição. Havia um FALSO clima de revanche pela humilhante derrota brasileira na Copa Do Mundo. Os mais ingênuos podem até se iludir e se sentirem "vingados", mas o fato é que o 7x1 é um resultado tão histórico e emblemático que não seria apagado nem com 7 medalhas de ouro olímpicas seguidas.

Isso não quer dizer que não tivemos pontos positivos. Se o Brasil não foi brilhante pelo menos foi determinado e não se descontrolou quando sofreu o gol de empate. Isso já é um progresso.

Certamente há a valorização dos meninos. Os "investidores" que já acertaram a transferência de Gabriel Jesus para o futebol inglês devem ter ficado felizes. Gabriel "Gabigol", Zeca, Rodrigo Caio e outros que por ventura estivessem com sua transferência encaminhada, terão seus lados fortalecidos nas suas negociações. 
Goleiro Weverton: herói por acaso
Por fim, há que se destacar o papel de Neymar. Questionado com razão enquanto capitão, ele mostrou personalidade e não se omitiu dentro de campo, assumindo seu protagonismo de estrela maior do futebol nacional. Gostemos ou não de seu egocentrismo, não é possível negar que sem ele a história seria completamente diferente. Calou seus críticos, fossem eles galhofeiros que andaram bradando que "Marta era melhor que Neymar", ou ufanistas ridículos como Galvão Bueno, que só pra variar falou mais do que devia e com uma cara-de-pau maior que um Maracanã lotado teve que engolir tudo de volta e exaltar o "menino Neymar".
Neymar imita Usain Bolt: semelhanças param por aí
Se compararmos o Neymar "cai-cai" vaiado em Londres com o Neymar decisivo e aplaudido no Rio veremos uma enorme evolução.

Reconhecer isso não significa colocá-lo ao lado de Bolt, Phelps ou outros "semideuses" olímpicos. Nem sequer é possível compará-lo aos outros medalhistas olímpicos brasileiros e suas histórias de superação sem metade do apoio de que goza o futebol. Percebam como uma medalha olímpica pode gerar inúmeras distorções.

O futebol é um esporte especial. Ao contrário de outras modalidades, não precisa das Olimpíadas para ter destaque. Por ter competições de alto nível e estupenda popularidade, talvez o ideal é que nem fosse considerado esporte olímpico.

A medalha de ouro neste contexto pode corrigir a injustiça de o país pentacampeão mundial até então nunca ter chegado ao topo em Olimpíadas. Fora isso significa muito pouco.

Acreditar que em virtude disso o futebol brasileiro está "salvo" e que "o campeão voltou" é fazer desse o mais tolo ouro de toda história esportiva.

Veja também:
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