terça-feira, 15 de julho de 2014

Steel Panther: All you can eat (review)

Confesso que quando ouvi pela primeira vez o Steel Panther não digeri muito bem a proposta da banda de fazer uma paródia das bandas de hard rock dos anos 80. Parecia o tipo de coisa que teria vida curtíssima e que perderia a graça com o passar do tempo.
Mas a banda caiu nas graças do público e se o primeiro álbum da banda "Feel the Steel" era composto de músicas que emulavam bandas como Poison, Extreme, entre outras, com letras falando explicitamente de sexo, além de bullying contra as gordinhas e outros temas politicamente incorretos, o segundo álbum, "Balls out", apesar de liricamente manter as mesmas características, já demonstrava que a banda tinha talento sim para ir além e deixar de ser uma espécie de Mamonas Assassinas do hard rock mundial.
E isso se concretiza com o lançamento de "All you can eat".  A banda é a mesma, o visual afetado é o mesmo, as letras são igualmente explícitas, porém, musicalmente podemos dizer que esse é o àlbum em que o Steel Panther realmente mostra todo seu potencial. É o disco que gostaríamos que bandas como Van Halen estivesse lançando.
Com uma produção impecável "All you can eat" não só é um dos melhores álbuns do ano como um dos melhores da história recente do gênero.
Obviamente, as referências a outras bandas aparecem aqui ou ali, mas diferentemente dos trabalhos, são apenas influências para um trabalho bastante original que nos presenteia com músicas com "Tomorrow is the end of the world", que só não é um megahit porque os veículos que divulgam rock não tem a mesma força que outrora; "Ten Strikes You're Out" em que Michael Starr iguala os melhores momentos de Dave Lee Roth; a engraçadíssima "Burden of being wonderful"; "B.V.S", um hard heavy empolgante e igualmente hilário, e a obra-prima "Gloryhole" uma espécie de mistura de Van Halen com Queen, só que melhor, se é que isso é possível e que tem um dos clipes mais zoados da história do rock.
Em suma, o Steel Panther resgata a essência do rock'n'roll que é a da diversão pura e simples, coisa que muitos de seus mentores preocupados somente com a grana deixaram de lado há muito tempo. Um álbum sensacional e essencial pra quem gosta do estilo.

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