domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pato, Ganso e outras aves imaginárias

A bombástica transação entre Corinthians e o rival São Paulo envolvendo a troca de Alexandre Pato e Jadson foi tão bizarra que não deixou ninguém plenamente satisfeito.

Sobre o lado corintiano, podemos constatar o seguinte: o clube não admitirá jamais, mas a rapidez com que se deu a negociação mostra que o clube cedeu a pressão da torcida e agiu de modo drástico para dar uma satisfação a ela. Na ponta do lápis, somente aumentará o prejuízo da equivocada contratação de Pato que estava em péssima fase no Milan e veio como se fosse um novo Ronaldo, embora em termos de conquista na carreira Pato não chegue a um décimo do ex-9 que, com auxílio de sua eterna parceira Nike, ajudou a ressuscitar o Corinthians pós-descenso. Em termos técnicos, a chegada de Jadson, que não é nenhum cracaço, somará muito à equipe e acredito que venha facilmente se tornar titular. E há o fato positivo de se livrar de um peso morto na equipe, já que Pato em toda sua passagem pelo Corinthians foi mais problema que solução.

O São Paulo por sua vez, parece aquele cidadão que de repente se viu diante de uma grande oferta e acabou adquirindo um produto de grife mais por ocasião do que por necessidade. Ok, o ataque do tricolor não é uma maravilha. Mas não vejo como o reserva do Romarinho vá ser a salvação de qualquer ataque.

Pato vem de um momento de péssima fase técnica e tem imensa rejeição entre os torcedores são-paulinos. Além disso, chega em um clube que vive forte clima de desconfiança, onde a tensão de uma eleição e da campanha pífia em 2013 ainda parecem pesar. Difícil ser otimista diante de um cenário desses.
Para piorar, O São Paulo já tem um mico enorme chamado PAULO HENRIQUE GANSO. Contratado para ser a estrela do time, apresentado como "Maestro", o meia está mais para freio de mão do que para o motor do time. E convenhamos mais de um ano e meio de clube é tempo mais do que suficiente para qualquer jogador "diferenciado" brilhar.

Quatro anos depois da Copa da África, quando Dunga foi massacrado por não levar Ganso, o que vemos não é nem sombra do meia que brilhou no Santos. Tal qual Pato, Ganso foi pintado como craque iluminado, mas ambos se tornaram anedotas e agora, ou as duas aves se bicam e fazem renascer a fênix de seu futebol, ou teremos o conto do Patinho Feio ao contrário, em que os que se julgavam aves de belo futebol eram, na verdade, duas avezinhas mequetrefes...

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