segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ATLETIBA: longe de ser uma revolução

Louvável a atitude da dupla ATLETIBA em desafiar a Globo e a Federação Paranaense ao tentar transmitir o clássico pelo YouTube (o que infelizmente não se concretizou já que a Federação não autorizou a realização das partida alegando "profissionais de imprensa não credenciados").

O episódio quase que imediatamente foi tratado como uma "revolução", um passo para a libertação dos clubes, "o futebol respira", entre outros clichês.

Mas o fato é que os clubes recusaram a oferta da Globo porque o valor foi considerado BAIXO, inferior até ao contrato anterior. Logo, se a Globo decidisse pagar o valor que os clubes acham adequado eles voltariam a ser parceiros. 

Os clubes estão de parabéns por lutar pela sua valorização, exigindo isonomia em relação ao que pagam aos clubes de outros campeonatos, mas no fundo é uma questão de dinheiro. Por isso, é um pouco ingênuo achar que é uma revolução "pró-torcedor". É mais uma questão econômica do que de "resistência".

Um outro aspecto que poucos problematizam é como isso afeta os outros clubes, especialmente os menores que dependem das cotas de TV/Federação para sobreviver. Que condições eles teriam de viabilizar a transmissão de seus próprios jogos? É mais complexo do que parece. 

Alguns argumentam que o o Atlético Paranaense, por exemploe, é independente porque vendeu seus direitos para o Esporte Interativo para mostrar a "força" do clube.

Contudo, o fato de "fechar" com canal x ou y só corrobora o lado comercial da disputa. Tudo legítimo, aliás. Só não me parece assim tão "revolucionário". Pelo menos não no sentido "romântico" que algumas páginas e sites "contra o futebol moderno" apregoam.

É sim uma discussão bastante interessante. Mas enquanto for "cada um por si" e excluírem os clubes menores o futebol brasileiro vai continuar empacado. E a verdadeira revolução será um sonho cada vez mais distante.  

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