terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dave Mustaine: cronista de um mundo violento

Mais uma vez o mundo lamenta um massacre sem sentido, desta vez em Newtown, Connecticut, EUA, com o atenuante de as vítimas serem crianças, o que apenas torna o quadro mais monstruoso.

A tragédia se encaixa em um contexto mais amplo de uma cultura belicosa e violenta, difícil de se explicar, algo que difere muito da realidade brasileira, por exemplo, que também é bastante violenta,  mas cuja origem se encontra, de uma forma geral, associada à criminalidade.

Talvez esse contexto sombrio, em que da aparente normalidade surgem pessoas capazes de extravasar seu ódio  de forma tão cruel, explique um pouco a poética de um dos grandes letristas da história do rock pesado: Dave Mustaine.

Mustaine, ao longo de sua carreira frente ao Megadeth, compôs inúmeras canções cujas letras dão vazão aos sentimentos mais destrutivos do ser humano. E embora a estética do heavy metal pudesse sugerir que se tratasse de um incentivo a violência, um observador mais atento compreenderá que não se trata de incentivo e sim de uma constatação simples: vivemos em um mundo violento.

Ao refletir sobre o ocorrido em Newtown, não pude deixar de lembrar da música "99 ways to die" ("99 formas de morrer"), do Megadeth,  cujo videoclipe que você confere abaixo apresenta  frases com estatísticas sobre mortes de crianças causadas por armas de fogo. 


Além disso, um trecho da letra da música parece descrever o triste episódio: "Há apenas morte e perigo nos buracos dos meus olhos / Um playground de ilusão... Ninguém brinca, apenas morrem".
 
A música foi lançada em 1993 como parte da coletânea "The Beavis and Butt-Head Experience" dos famosos personagens da MTV e relançada posteriomente na coletânea "Hidden Treasures". Uma pena que 19 anos depois de seu lançamento, a mensagem do videoclipe continue tão atual.   
Enquanto a sensibilidade de alguns aponta para o belo e o sublime, a de outros, como Mustaine, aponta para o mórbido.  E neste mundo em que vivemos, talvez às vezes fosse prudente ouvirmos o que os do segundo grupo tem a dizer...

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